Existem diversos livros sobre o Caminho de Santiago de Compostela, e você deve estar se perguntando, mas qual livro vale a pena eu ler? Bem, para te ajudar com essas dúvidas, irei começar a escrever resumos sobre alguns livros a respeito do Caminho de Santiago de Compostela que eu li. Mesmo me preparando para fazer o Caminho Português, eu tenho lido livros do Caminho Francês também. Meus resumos estão sendo feitos logo após a leitura de cada livro, assim a história ainda está fresca na memória e tenho certeza que os resumos lhe ajudarão a ter uma boa ideia de cada livro e então encontrar o melhor para o seu Caminho.
"Via Láctea - Pelos caminhos de Santiago de Compostela"
O primeiro livro que escolhi falar aqui nessa sequência de livros sobre o caminho, foi o livro "Via Láctea - Pelos caminhos de Santiago de Compostela" de Guy Veloso. Escolhi esse livro para ler depois de ver as suas avaliações na amazon.com (link do livro), e me chamou muito a atenção um dos relatos, o leitor me convenceu a ler esse livro e foi o que eu fiz.
O livro toma a sua atenção, você entra na história e consegue sentir e imaginar cada detalhe que o autor, Guy Veloso, nos passa. Os momentos que ele passou ao longo de seu caminho e relatou em seu livro nos fazem sentirmos como se estivéssemos lá realizando o caminho junto com ele. É um preparo mais de alma e coração do que das trilhas, albergues e dicas.
Por mais que o livro falasse sobre o Caminho Francês, eu que irei realizar o Português, acredito que vale a pena a leitura para quem busca informações mais dos momentos do caminho, para quem busca um verdadeiro relato sobre esse processo que nos transforma.
Quais passagens do livro sobre o Caminho de Santiago que mais fizeram sentido?
Bem, agora irei mostrar quais trechos do livro mais me tocaram, que realmente me fizeram sentir que valeu a pena a leitura deste livro.
A primeira passagem retrata uma de minhas dúvidas: quando saber que estou realmente preparada para realizar o Caminho de Santiago? Bem, o autor me respondeu de uma maneira simples, que no fundo era exatamente o que eu pensava:
“Mas logo descobri que na realidade nunca estamos verdadeiramente prontos; que, se todas as vezes esperasse pelo instante mais favorável, nunca seguiria em frente. Ficaria sempre no mesmo lugar, com as pernas enrijecidas pela dúvida. (Guy Veloso, pg. 10)”
Esse trecho realmente me motivou e hoje mais do que nunca tenho colocado em prática. Muitas vezes nos deixamos vencer pela preguiça ou por acharmos que não somos capazes, mas quem disse isso? Precisamos sempre tentar, pois tentando é que alcançamos o nosso objetivo.
Um fato curioso que não posso deixar passar a respeito do Livro Via Láctea de Guy Veloso, é que assim como eu, o autor também possuía uma mochila verde-oliva, como a que irei usar no meu Caminho.
Eu sempre digo que não existem coincidências, que precisamos entender que tudo é um sinal, e que quando aprendemos a ver os sinais que a vida nos mostra vivemos melhor, aprendemos a lidar com as coisas de uma forma mais leve. E esse foi um dos ensinamentos que o autor nos mostra:
“Renunciei a felicidade de um momento único. Naquela época, ainda não havia aprendido que “meras coincidências” não existem. Que nada ocorre por acaso. (Guy Veloso, pg. 24)”
Outro fato interessante sobre o livro é a respeito do desapego, o desapego das coisas materiais, pois no caminho só carregamos o essencial, e é isso que importa, ter o essencial, pois precisamos ser mais e ter menos. Sobre isso o autor fala o seguinte:
“Depois de um banho frio, inicie o ritual diário de arrumar a mochila para os quilômetros que estavam pela frente. Ela se tornara literalmente a minha “casa”: tudo que eu precisava estava lá, sobre as minhas costas. Fora isso, um teto pela noite e um pouco de comida me bastava. (Guy Veloso, pg. 69)”
Quando nos preparamos para o Caminho sempre lemos muitos relatos, sobre as transformações que as pessoas tiveram, dos acontecimentos fantásticos que ocorreram. E muitas vezes podemos nos decepcionar se algo parecido não acontecer em nosso caminho. Mas cada um tem a sua experiência, e cada um precisa aproveitar a sua experiência, sem se comparar com a dos outros, nossa experiência é única. A respeito disso, o autor escreve:
“Na verdade, desde o meu primeiro dia no Caminho de Santiago, esperava ansiosamente por acontecimentos místicos, surreais, algo fantástico que provasse a existência dos anjos ou, no mínimo, validasse o meu esforço e a minha dor. (Guy Veloso, pg. 75)”
Seguindo a respeito das transformações pessoais do Caminho, o autor relata:
“Não, não eram luzes místicas ou anjos abrindo as nuvens com suas espadas flamejantes. Simplesmente descobri que o verdadeiro milagre era eu estar lá, em terras sagradas ibéricas, trilhando a pé um roteiro milenar. Milagre era eu estar há duas semanas buscando o meu sonho apesar de tantas dificuldades. Milagre era o joelho estar bem, e eu não ter desistido nos Pireneus ou cedido às muitas outras tentações para largar a Rota. (Guy Veloso, pg. 77)”
Um outro aprendizado que precisamos ter para nossa vida é o ato de compartilhar, ato que muitas vezes leio nos relatos que os peregrinos fazem, e não foi diferente no livro de Guy Veloso:
“Pois é certo que cada um dos homens e mulheres que fazem o Caminho de Santiago aprende, inevitavelmente, a grande arte de compartilhar.
Seja comida, seja sentimento. (Guy Veloso, pg. 95)”
Algumas frases são extremamente motivacionais e nos fazem pensar muito e refletir sobre nossas vidas, sobre nosso cotidiano. Uma das frases que estão no livro e devem ser levadas para a vida e ao longo do nosso Caminho é:
“Cada um sabe como carregar a sua cruz. (Guy Veloso, pg. 99)”
Sendo engenheira química, por mais que tenha mudado de área, sempre me interesso por essa área, ainda mais quando se trata dos alquimistas, e por isso que o trecho a seguir do livro chamou tanto a minha atenção:
“Talvez por isso os antigos alquimistas também chamassem a Rota de Santiago de Caminho da Morte; esta longa estrada iniciática que imita o curso do sol que se põe - e morre - no Ocidente. Pois igual é para os seus peregrinos: viajam dias a fio em direção oeste até os confins da Europa, ao tempo que ensaiam profundas transformações em suas almas. (Guy Veloso, pg. 132)”
De certa forma eu concordo com o autor, pois muitas pessoas buscam verdadeiras transformações em suas vidas e em suas almas.
E junto a isso vêm as pessoas que estão no caminho, quando você está fazendo uma viagem, seja qual for, você precisa se abrir para as novas experiências e para as pessoas que você encontra, pois para você emergir em um cultura você precisa conhecer as pessoas. Sobre isso também vemos uma passagem no livro:
“E era realmente fantástico um trajeto unir pessoas tão diferentes; de estilos de vida, instrução, situação financeira, países, culturas, idiomas, idades e até religiões distintas. (Guy Veloso, pg. 143)”
Já se encaminhando para o final do livro, o autor volta a questão do se encontrar, do segredo do caminho:
“Tinha descoberto o maior segredo, a grande mística da Rota das Estrelas: a arte de encontrar-se. A obra do autoconhecimento. (Guy Veloso, pg. 166)”
E vai além:
“Havia encontrado uma forma de viver onde meus sonhos fossem respeitados, desistindo daquela “vidinha” sem sentido em que nos escondemos dentro de grossas carcaças e sob telhados de vidro. A mesma que o tempo, a solidão, o medo e o ócio vão pouco a pouco nos acomodando. (Guy Veloso, pg. 167)”
Por fim, em poucas palavras o autor resume o caminho de uma forma simples e comovente:
“O Caminho não é o início, muito menos a chagada. É o subir das montanhas, o descer das ladeiras, o cruzar de campos e florestas. A solidão e as amizades. É o suor, é o sangue. As lágrimas. A febre. Sorte de estar a cada dia em lugares diferentes e que nunca tinha nem ouvido falar. É o barro nas bordas de minha calça”, julgava. (Guy Veloso, pg. 167)”
Com esse último trecho eu encerro esse resumo. O caminho transforma a cada pessoa de acordo com a maneira que cada uma recebe as transformações do caminho.
Assim, vou de corpo, alma e coração, aberta a realizar a minha primeira peregrinação ao Caminho de Santiago de Compostela, recebendo aquilo que o caminho quer me dar e dando tudo que puder dar ao caminho e aos peregrinos que ali encontrar.
Bom Caminho.
Abraços,
Mariana Dias.
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